Deus do vinho e da vegetação, que mostrou aos mortais como cultivar as videiras e fazer vinho. Foi identificado ao romano Baco.

Filho de Zeus, Dionisio normalmente é caracterizado de duas maneiras. Como o deus da vegetação - especificamente das árvores frutíferas - ele freqüentemente é representado em vasos bebendo em um chifre e com ramos de videira.

De acordo com a tradição, sua concepção ocorreu em Tebas, quando sua mãe, Sêmele, filha de Cadmo, o fundador da cidade, foi amada por Zeus que se disfarçara de homem. A vingativa Hera, irmã e esposa deste, adotou a aparência da antiga ama-de-leite de Sêmele e se negou a acreditar que Zeus fosse o pai do filho que a princesa tebana esperava a menos que esta convencesse o deus que o demonstrasse, apresentando-se diante dela com o seu verdadeiro aspecto. Sêmele, então, preparou uma armadilha e o fez apresentar-se, então, como realmente era. O brilho de Zeus, no entanto, a fez encolher até converte-la em nada. Zeus, contudo, salvou Dionísio de seu ventre e, durante meses, o levou no seu músculo até que o menino pudesse sair ao mundo.

Ele eventualmente tornou-se o popular deus do vinho e da alegria, e milagres do vinho eram reputadamente representados em certo festivais de teatro em sua homenagem. Dionísio também é caracterizado como uma alegre divindade cujos mistérios inspiraram a adoração ao êxtase e o culto às orgias. De fato, era bom e amável com aqueles que o honravam, mas trazia loucura e destruição para aqueles que desprezavam as orgias a ele dedicadas. De acordo com a tradição, Dionísio morria a cada inverno e renascia na primavera. Para seus seguidores, este renascimento cíclico, acompanhado pela renovação da terra com o reflorescer das plantas e a nova frutificação das árvores, personificavam a promessa da ressurreição de Dionísio.

Existe uma antiga lenda sobre o nascimento de Dioniso:



Um dia, a grande deusa Deméter chegou à Sicília, vinda de Creta. Trazia consigo sua filha, a deusa Perséfone, filha de Zeus. Deméter planejava chamar a atenção do grande deus, para que ele percebesse a presença de sua filha.

Deméter descobriu, próximo à fonte de Kyane, uma caverna, onde escondeu a donzela. Pediu-lhe, então, que fizesse com um tecido de lã, um belo manto, bordando nele o desenho do universo. Desatrelou de sua carruagem as duas serpentes e colocou-as na porta da caverna para proteger sua filha.

Neste momento Zeus aproximou-se da caverna e, para entrar sem despertar desconfiança na deusa, disfarçou-se de serpente. E na presença da serpente, a deusa Perséfone concebeu do deus. Depois da gestação, Perséfone deu luz a Dionísio na caverna, onde ele foi amamentado e cresceu. Também na caverna o pequeno deus passava o tempo com seus brinquedos: uma bola, um pião, dados, algumas maçãs de ouro, um pouco de lã e um zunidor. Mas entre seus brinquedos havia também um espelho, que o deus gostou de fitar, encantado. Entretanto, o menino foi descoberto por Hera, a esposa de Zeus, que queria vingar-se da nova aventura do esposo.

Assim, quando o deus estava olhando-se distraído no espelho, dois titãs enviados por Hera, horrendamente pintados com argila branca, aproximaram-se de Dionísio pelas costas e, aproveitando a ausência de Perséfone, mataram-no. Continuando sua obra deplorável, os titãs cortaram o corpo do menino em sete pedaços e ferveram as porções em um caldeirão apoiado sobre um tripé e as assaram em sete espetos.

Atenas viu a cena e, mesmo não podendo salvar o menino, resgatou o coração do deus. Mal tinham acabado de consumar o assassínio divino, Zeus apareceu na entrada da caverna, atraído pelo odor de carne assada. O grande deus viu a cena e entendeu o que havia se passado. Pegou um de seus raios e atirou contra os titãs canibais, matando-os. Zeus estava desolado com a morte do filho, quando a deusa Atenas apareceu e entregou-lhe o coração do deus assassinado. Zeus, então, efetuou a ressurreição, engolindo o coração e dando, ele próprio, à luz seu filho.

 

Fontes: Dicionário de Mitologia Grega e Romana, Mário da Gama Kury, Jorge Zahar Editor.
Dicionário Mítico-Etimológico, Junito Brandão, Editora Vozes.

 

 

Copia romana (150 d.C.) de um original do helenismo tardío (125-100 a.C.).
Adquirido por Velázquez na Itália. Autor: Taller Romano.

 


 

 

 

 

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