"Os deuses dos celtas não formavam uma
sociedade bem ordenada, bem policiada, com
uma hierarquia e uma divisão do trabalho.
Eles tinham características diferentes: cada
um deles era mais ou menos polivalente.
Mesmo se tinham temperamentos bastante
fortes e viviam aventuras extravagantes, nem
por isso se fechavam e se restringiam a uma
função
definida.
Os deuses celtas apresentavam inúmeras
diferenças com relação aos de Roma e da
Grécia. Em primeiro lugar, não tinham
aspecto físico, era impensável
representá-los sob uma aparência humana.
Todos sabiam que tratavam-se de puros
espíritos. Senão, basta recordar o explodir
do formidável riso do chefe gaulês Breno,
por ocasião da tomada do templo de Delfos,
quando ele se deu conta de que os deuses do
Olimpo estavam ali
representados por estátuas antropomórficas.
O prestígio que a cultura grega tinham até
então tido para ele não sobreviveu à
constatação. Foi somente sob a ocupação
romana que, para agradar ao invasor, os
gauleses, que haviam se tornado galo
romanos, começaram e esculpir estátuas e
baixo-relevos nos quais davam a suas
divindades aspecto humano.
Os deuses celtas não viviam em comunidade,
num habitat coletivo do tipo do Olimpo: eles
dividiam entre si as grutas, os dolmens, os
túmulos, as fontes, o interior das
montanhas. O conjunto dessas moradas
constitui o Outro Mundo, universo
maravilhoso de felicidade e paz, que os
irlandeses chamavam de sidhe. Aliás, os
habitantes do sidhe não eram unicamente
deuses e deusas. Todos os seres
sobrenaturais faziam parte dele, inclusive
os mortos. (...) Para os antigos celtas, os
falecidos iriam encontrar, num mundo melhor,
as pessoas divinas, equivalentes a anjos e
espíritos."
Texto de Yann Brekilien (Tradução: KSC).
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